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CARTOGRAFIAS

R.O. show dia 2.JPG
Cartografias Musicais do Rio de Janeiro
Laboratório CAC-UERJ/NEPCOM-UFRJ

 

 

A partir dos estudos de caso das cidades de Rio das Ostras, Conservatória, Paraty e Rio de Janeiro, busca-se avaliar a importância das atividades musicais realizadas ao vivo e nos espaços públicos e privados por artistas, coletivos e/ou redes sociais para a ressignificação destas urbes do Estado do Rio de Janeiro, isto é, busca-se analisar sua capacidade em converter estes territórios em espaços mais democráticos e com dinâmicas mais interculturais. Parte-se do pressuposto de que há uma “cultura musical” nestas localidades, praticada por diversos atores e que é capaz de criar condições não só para a ampliação da sociabilidade, mas também para a ressignificação criativa dos espaços dessas cidades. Evidentemente, estas urbes possuem também um número consistente de atividades musicais que são programadas para serem realizadas em espaços privados e têm uma função importante na construção de um imaginário urbano e “territorialidades” e sociabilidades que gravitam em torno da música.

 

A hipótese central deste projeto é a de que existiriam “cidades musicais” pelo Brasil e pelo mundo (evidentemente, que com suas respectivas e relevantes singularidades), como as quatro cidades pesquisadas no âmbito deste projeto. Um pouco distinto da noção de cidades musicais (como modalidade de “cidade criativa”), tal como foi formulada pela UNESCO, emprega-se este conceito para designar localidades que possuem “territorialidades sônico-musicais” significativas, que pela ação do tempo promovem expressivas modificações no imaginário e cotidiano urbano. Ou seja, essas “territorialidades” – pela recorrência da sua presença, intensidade dos afetos, enorme mobilização, pluralidade e pela sua multiplicação em diversas áreas – acabam produzindo efeitos significativos em partes da localidade ou na urbe como um todo.

Imagem Macaco site Cartografias.jpg
Cartografias Sensíveis
Laboratório CAC-UERJ

 

Buscando compreender como e em que condições, distintos grupos sociais reinventam - a partir de práticas artístico-culturais e interculturais - os espaços públicos da cidade do Rio de Janeiro, o Grupo de Pesquisa CAC (comunicação, Arte e Cidade) reúne em suas pesquisas, um corpus empírico que dá a ver diversas e distintas práticas de grupos, “neotribos”, que utilizam a música e o som associados às artes corporais e visuais, moda e culinária nos espaços públicos da cidade potencializando processos de ressignificação desses lugares por meio de dinâmicas comunicacionais fundadoras de “múltiplas territorialidades” . A partir das interações corpo/cidade apreendemos os diversos modos de vivenciar, experienciar e de se expressar nesses/esses espaços da cidade. 

 

Contextualizando o objeto na sociedade contemporânea, ancoramos nossa compreensão no entrelaçamento de uma perspectiva teórica “ecosófica”, que se sustenta na sabedoria sensível e no imaginário cotidiano corporal, somada a uma episteme “corpográfica” provinda dos estudos urbanistas contemporâneos – a qual considera que não apenas as espacialidades, mas também, do mesmo modo, os movimentos e gestos do corpo indicam marcas e vestígios das experiências urbanas – e à geografia cultural. Consideramos que a forma com que os corpos performam “cartografa” sensivelmente o espaço. Não apenas os contornos visíveis dos corpos, mas também os invisíveis fazem acontecer, são instrumentos de criação, fazem mover os imaginários urbanos. Como estratégia metodológica, adotamos a deriva para compreensão das dinâmicas culturais no cotidiano da cidade.

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Cartografia Musical de Rua do Rio de Janeiro
Laboratório CAC-UERJ/NEPCOM-UFRJ

 

Nesta cartografia digital o usuário pode conhecer os gêneros musicais, as espacialidades, os circuitos e as narrativas dos atores envolvidos direta e indiretamente com os concertos (organizados na forma de bailes, rodas, shows, fanfarras e jam sessions) realizados nas ruas do Centro do Rio. Por meio de uma ampla documentação imagética e sonora buscou-se compreender melhor a dinâmica das atividades realizadas por estes grupos de músicos (articulados ao seu público) nos espaços públicos desta cidade.

O intuito não foi produzir uma cartografia tradicional, mas sim a realização de uma espécie de “mapa noturno” que seja provocativo, que não perca de vista a sua aplicação política, ou seja, que esteja comprometido com os problemas enfrentados no contexto no qual o pesquisador está inserido. Entende-se, como ato de cartografar, contemplar e conferir destaque às diferentes narrativas (considerando inclusive as fabulações que alimentam os imaginários locais), isto é, como uma iniciativa que visa promover a polifonia e tenta investir na enorme riqueza social, que quase sempre não é encarada com muita credibilidade pelos setores mais conservadores da sociedade.

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Plataforma Passeio - Braga, Portugal 
Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade - Universidade do Minho

 

A Passeio é uma plataforma de arte e cultura urbana. Com este projeto, fixamos o nosso olhar nas ruas da cidade – na arquitetura, urbanismo e artes decorativas, na arte urbana, no quotidiano da cidade, no comércio e no artesanato, no desporto e passatempos urbanos, no entretenimento e artes do espetáculo, na publicidade exterior – nas suas imagens, nas suas histórias e nas ligações tecnológicas que prolongam o traçado destas ruas e destas redes. O nosso objetivo passa por contextualizar as ações quotidianas que acontecem nas ruas da cidade – que vão desde o passo de dança do acordeonista, à pose do homem-estátua e ao pregão do comerciante – com a memória partilhada dos seus transeuntes: as recordações de estabelecimentos comerciais e lojas, as histórias de vida de artistas e comerciantes de rua, os testemunhos de minorias étnicas e culturais que habitam a cidade. A plataforma é uma realização do Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho (Portugal).

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