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A pesquisa busca compreender como os imigrantes-refugiados, protagonistas de um processo diaspórico forçado e que fixaram residência na cidade do Rio de Janeiro, ressignificam suas identidades (individuais e culturais) e se inserem socioeconomicamente na cidade por meio da oferta de comidas típicas de seus países, Será visto como a comida, enquanto elemento de mediação e vinculação é capaz de operar no plano do afeto, ao remeter a lembrança do refugiado à sua pátria; no plano das relações de sociabilidade, onde a comida opera como um elo social e no plano da apropriação identitária, onde a comida é usada como valor de troca (enquanto bem de consumo) e como símbolo distintivo das culturas de origem, sendo por isso consumida e valorizada pelos moradores da cidade.


O locus de observação é a Feira de Refugiados Chega Junto. Para além do viés transacional, a Feira é um espaço transcultural, de consumo imaterial e trocas simbólicas, bem como palco de múltiplas interações e sociabilidades. Neste plural ambiente a comida é a protagonista, atuando como signo identitário e elemento de vinculação e mediação entre os imigrantes-refugiados, os vários atores sociais envolvidos e a sociedade carioca. É de maneira concomitante um sistema de comunicação e um corpo de imagens, sendo ainda, um protocolo de usos, situações e comportamentos. Este locus carregado de sentidos pode ser entendido como a representação de uma sociedade globalizada e pós-moderna, pois apresenta a multiterritorialidade, onde, num mesmo lugar, é possível encontrar pessoas das mais diferentes origens; a multiculturalidade, uma vez que nos espaços multiculturais encontra-se uma gama de diferentes culturas e opções simbólicas e, por fim, a transculturalidade, fazendo alusão às interações e hibridismos resultantes do cruzamento das diferentes culturas, proporcionando trocas e fusões estilísticas.

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