Laboratório
Comunicação
Arte & Cidade
seg., 28 de out.
|Rio de Janeiro
Colóquio Internacional "Metrópole Sensível - ambiências, atmosferas e tonalidades."
Horário e local
28 de out. de 2024, 19:00 – 23:00
Rio de Janeiro, Rua Luís de Camões - Prç. Tiradentes, 68 - Centro, Rio de Janeiro - RJ, 20051-020, Brasil
Sobre o evento
Nos colóquios do “Metrópole Sensível” têm-se buscado repensar a realidade urbana, especialmente através de um pensamento sensível que se debruça sobre ambiências, atmosferas e emoções. Assim, com base em uma perspectiva teórica interdisciplinar, as questões têm sido tratadas a partir de uma abordagem fenomenológica que visa decifrar as formas sensíveis do social: atenta principalmente aos efeitos das emoções, atmosferas e tonalidades na configuração urbana.
Lançado em 2013 pelo Laboratório de Sociologia LERSEM-IRSA (agora LEIRIS) da Universidade Paul-Valéry Montpellier 3 como um fórum de reflexão e debate sobre a cidade e suas dimensões imaginárias e sensíveis, o ciclo internacional e interdisciplinar deste evento se concentra no método visual e na observação, na teoria das atmosferas e no imaginário urbano.
O objetivo é incentivar o questionamento contínuo da realidade urbana por meio da leitura e
da análise da cidade e de seus espaços com um enfoque fenomenológico de novas sensibilidades urbanas. Para isso, a teoria das ambiências, baseada em uma metodologia multifacetada (sociologia dos sentidos, percepção sensorial, método sensível), combinada com o estudo de imagens (sociologia visual) e observação in situ (fenomenalidade do espaço urbano, interacionismo e o simbolismo da rua) têm nos permitido compreender e mergulhar nas experiências estéticas das ambiências urbanas.
Para esta edição realizada no Brasil, o enfoque estará nas dimensões do corpo e das práticas espaço-culturais como formas de experiência e nas maneiras pelas quais essas amplificam as atmosferas percebidas e sentidas. A atmosfera que emana da espacialidade e é vivenciada pelo corpo e suas práticas nos leva a decifrar vários fenômenos relacionados a uma “corpografia” sensível de situações. Os corpos e as práticas espaciais devem ser considerados em sintonia, no sentido de uma influência recíproca, em que as corporeidades se inserem na paisagem urbana, construindo-a por meio de práticas comuns (caminhar, deambular, etc.).
Elementos de uma constelação do imaginário urbano que contribuem para definir as noções de espaço, atmosfera e seu impacto na percepção da cidade. A experiência física e os usos dos espaços produzem ritmos na cidade e seus lugares, tons específicos, muitas vezes, uma caracterização atmosférica expressa em “corpografias urbanas”. Isso significa que os espaçossão mapeados por corpos, movimentos e trajetórias. O que está em jogo é uma compreensão da experiência sensível por meio de corpos, práticas e suas influências na produção de
atmosferas. A experiência percebida e vivida dos espaços deve ser compreendida com base na vida cotidiana, que gera uma certa geografia emocional por meio da qual os indivíduos sentem, experimentam e percebem o espaço e suas atmosferas, e na qual eles dão vida à cidade por meio de suas jornadas experienciais.
O mundo social e as espacialidades urbanas são caracterizados por uma experiência corporal na qual os indivíduos em movimento produzem uma cartografia sensível dada pelas maneiras pelas quais os estilos de vida são expressos cotidianamente. Ao fazerem isso, os envolvidos se apropriam dos efeitos simbólicos e afetivos que caracterizam uma experiência espacial e, da mesma forma, uma identificação coletiva e atmosférica. Por meio da experiência dos corpos, os espaços assumem a forma de um caleidoscópio de sensações em que a própria experiência é amplificada pelas qualidades tonais presentes nas localidades. Embora a experiência seja espacialmente situada, ela também reflete a influência da formação de ambientes e atmosferas, reconfigurando a experiência vivida em uma espécie de “corpografia experiencial”. Traços, linhas, rotas, perambulações, passeios, itinerários e danças: uma soma total de variáveis incorporadas em uma fenomenologia do sensível e do espaço estão expressas em uma genealogia de atmosferas tonais urbanas.